|
A Opinião de Carlos Gomes (*)
|
Se quiser comentar algum dos artigos de
opinião do Dr. Carlos Gomes,
envie-nos um email. Será, posteriormente, publicado online. |
|
»»
Folclore já
chegou às prateleiras dos supermercados
Desde há algum tempo que, ao fazerem as
suas compras nos supermercados das grandes superfícies comerciais, os
clientes são contemplados com a atuação de grupos folclóricos e
etnográficos das mais diversas regiões do país. |
»»
Organizadores de Festivais de Folclore devem separar o trigo do joio
O folclore debate-se atualmente com dois problemas
bastante sérios que colocam em causa a credibilidade do trabalho
daqueles que procuram realizá-lo com seriedade: a persistente falta de
qualidade de alguns grupos folclóricos e, situação mais grave, a forma
como alguns grupos estranhos ao folclore procuram de forma mais ou menos
explícita passarem-se por tal, ao ponto de introduzirem-se em festivais
de folclore e etnografia. |
»»
Que importância tem o botão no traje dos Ranchos Folclóricos?
Remonta ao terceiro milénio Antes de Cristo a origem do botão,
encontrando-se confirmada na civilização do Vale do Indo. Com efeito,
esse pequeno e quase insignificante objeto acompanha a história da
humanidade, desde os seus primórdios até aos nossos dias, acompanhando a
sua evolução através das mais variadas formas com que se vem
apresentando ao longo dos tempos. |
»»
Fotógrafos “up skirt” perseguem folclore
Como
qualquer outra forma de expressão artística, a fotografia também não
constitui uma arte inocente. O ângulo captado pelo fotógrafo destina-se
a dar-nos uma perspetiva da realidade ou seja, a realidade segundo o seu
ponto de vista. Ao tempo da Itália fascista, era usual os fotógrafos
retratarem Mussolini a partir de baixo, dando-nos a ideia de uma figura
monumental na sua grandeza, numa grandeza só comparável à imponência da
maior parte das esculturas existentes em Roma. |
»»
O que é o Traje de
Lavradeira no Minho?
É mundialmente conhecido o traje
domingueiro de lavradeira vulgarmente conhecido por “traje à vianesa”.
Por estes dias, vemo-lo a desfilar por todas as romarias da nossa
região, na Senhora d’Agonia e nas Feiras Novas, no São João d’Arga e nos
festejos da Senhora da Bonança. Mas, afinal, de que se trata realmente o
traje de lavradeira? |
»»
Judaísmo e Cristãos-Novos no concelho de Ourém
Ourém e o seu concelho é uma das localidades
do país onde a influência judaica mais teima em resistir nomeadamente
nos hábitos das suas gentes. Da antiga Sinagoga não restam mais do que
as ruínas que sobreviveram ao terramoto de 1755 e às mãos criminosas das
tropas de Massena que incendiaram a vila medieval de Ourém. Mas,
imortalizou o escritor Camilo Castelo Branco, na sua novela “Olho de
Vidro”, a vida da comunidade judia de Ourém, retratando a vida do famoso
médico oureense Braz Luiz de Abreu. |
»»
As Festas a Nossa Senhora dos Altos Céus e as danças tradicionais da
Lousa, em Castelo Branco
Existem
no concelho de Castelo Branco tradições bastante peculiares que
permanecem desconhecidas da maioria do povo português. Tratam-se das
Danças das Virgens, Danças dos Homens e Danças das Tesouras que se
realizam no âmbito das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Altos Céus
que têm lugar na freguesia de Lousa, por ocasião do 3º domingo do mês de
maio. |
»»
Nábia: a deusa pagã que dá o seu nome aos rios Neiva e Nabão
No princípio era o Caos… entretanto, na ânsia de encontrar uma
explicação para os fenómenos da natureza que o rodeiam, o Homem concebeu
inúmeras divindades que além de representar os atributos de tais
fenómenos passaram ainda a revelar emoções e sentimentos próprios dos
humanos uma vez que eram construídos à sua imagem e semelhança. |
»»
Folclore inspirou música de intervenção
Há quarenta anos, ao golpe militar que derrubou o Estado
Novo sucedeu um movimento revolucionário que foi acompanhado e
estimulado por um novo género musical – a música de intervenção – assim
designada por pretender, através da mensagem que continha, intervir
politicamente na transformação da sociedade portuguesa. |
»»
Os ritos pascais na gastronomia
portuguesa
O cabrito
assado no forno constitui uma das especialidades da nossa cozinha
tradicional que marca invariavelmente presença nas mesas dos portugueses
por ocasião do domingo de Páscoa. A origem de tal costume perde-se nos
tempos e possui as suas raízes em ancestrais hábitos pagãos, trazidos
até nós através das influências judaicas e muçulmana. |
»»
A seca do bacalhau em Viana do Castelo
Em regra, a secagem do bacalhau situava em local próximo às salinas, nas
fozes dos rios, quase sempre na margem esquerda dos mesmos. Isto deve-se
a um fenómeno geológico relacionado com a hidrografia que determina
nomeadamente a formação dos sapais e cabedelos nesta zona. De resto, a
localidade de Darque que deve o seu nome a uma vila romana que ali
existiu, pertencente a um senhor chamado Arquius, foi em tempos um lugar
da paróquia de Santa Maria das Areias. |
»»
O Folklore não faz parte da Cultura
Portuguesa
Faz hoje(*)
precisamente 167 anos que o arqueólogo inglês Ambrose Merton, aliás
William John Thoms, criou o termo folclore para designar o que até então
não passavam de “antiguidades populares”, sem qualquer outro
interesse para além da satisfação da curiosidade, até ao aparecimento do
positivismo e do espírito científico. |
»»
Para que
serve a Federação do Folclore Português?
De acordo
com os seus próprios estatutos, a Federação do Folclore Português tem,
entre outros aspetos, por objetivos “a pesquisa, recolha, defesa, estudo
e divulgação de todas as formas da tradição cultural popular dos
portugueses” e “o prestígio da temática relativa aos seus objetivos e a
cooperação com todas as entidades que com a mesma estejam relacionadas”. |
»»
A tradição já não é o que era: acabaram as Janeiras, começam as
“Fevereiras”!
Era
outrora costume, desde o início do ano até à Epifania que ocorre a 6 de
janeiro, pequenos grupos de pessoas percorrerem as ruas cantarolando de
porta em porta, anunciando o nascimento de Jesus e desejando feliz ano
novo. |
»»
A "Vaca de Fogo" e o Solstício de Verão
A Vaca de
Fogo constitui uma das mais ancestrais tradições populares da região de
Entre-o-Douro-e-Minho, intimamente ligada aos cultos solares praticados
nomeadamente por ocasião do solstício de verão. Trata-se de uma
manifestação de natureza pagã que, com o decorrer do tempo, foi sendo
associada a festas da liturgia Cristã tais como as que se realizam em
honra de São Sebastião, vulgo sebásticas. Em Cunha, no concelho de
Braga, a Vaca de Fogo aparece associada à festa em honra de Nossa
Senhora do Carmo que se realiza no segundo domingo de agosto. |
»»
Etnografia Portuguesa:
como estudar o passado na atualidade?
A partir de meados do século XIX, a mecanização da
produção e o progresso dos meios de transporte e das comunicações
produziram uma profunda alteração dos hábitos e das mentalidades. As
atividades artesanais entraram em declínio, as populações dos meios
rurais deslocaram-se para as cidades e certos costumes foram caindo em
desuso face às modas burguesas quase sempre importadas do estrangeiro. |
»»
Regimes autoritários servem-se do folclore como instrumento de
propaganda
A maioria dos portugueses tomou pela primeira vez contato direto com o
folclore dos países do leste europeu nos anos que imediatamente se
seguiram ao 25 de abril de 1974. O restabelecimento de relações
diplomáticas com esses países tornou possível a vinda a Portugal de
inúmeras comitivas culturais que passaram por diversas salas de
espetáculo da capital, não raras as vezes com direito a transmissão
televisiva. Desde a extinta República Democrática Alemã à União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, passando pela Hungria, Bulgária e
Checoslováquia, não deve ter existido país do bloco socialista que não
tenha enviado ao nosso país pelo menos uma representação folclórica. |
»»
Festivais de Folclore: é urgente
repensar o modelo de organização!
Não existe grupo ou rancho folclórico que não organize, pelo menos uma
vez ao longo do ano, um espetáculo geralmente a comemorar o aniversário
da sua fundação e a que em regra identificam como sendo um “festival
de folclore”.
Desse modo, realizam-se um pouco por todo o país várias centenas,
ascendendo porventura a mais de um milhar a quantidade de festivais de
folclore, ainda que a esmagadora maioria não conte com a participação de
mais dois ou três grupos além do anfitrião e, nem sempre representativos
do folclore e etnografia. |
»»
Ranchos folclóricos não devem ser cúmplices de actividades ilícitas
Prolifera, desde há muitos anos, uma
atividade considerada ilícita do ponto de vista legal e moral, a qual
consiste na reprodução de trabalhos discográficos que invadem o mercado
paralelo, colocando em causa os direitos de autor e prejudicando os
artistas na sua imagem ao verem o seu trabalho achincalhado através de
uma promoção negativa. As autoridades procuram combater este género de
“pirataria” nomeadamente através da sua ação fiscalizadora que leva,
frequentes vezes, à apreensão de grandes quantidades de material. |
»»
O
traje dos ranchos folclóricos na era do pronto-a-vestir
Até finais do século
XIX, era ainda usual entre nós, no meio rural, ser a maior parte do
vestuário produzida artesanalmente no ambiente doméstico. O agricultor
produzia o
linho
ou comprava na feira o pano. E, não faltavam em muitas aldeias os teares
e as pessoas mais hábeis para os manusear, processar o linho ao longo de
todo o ciclo que vai até ao produto acabado e bordar. |
»»
A comemoração do Dia da Árvore e da Floresta: suas origens e significado
O culto da árvore – atualmente celebrado como Dia da
Árvore e da Floresta – no qual se insere a festa que lhe era dedicada
constituiu uma das iniciativas que os republicanos fomentaram nos
começos do século passado com vista à introdução na sociedade portuguesa
de novos valores e símbolos com os quais procuraram substituir os
valores tradicionais associados à Igreja Católica e ao Cristianismo em
geral. |
»»
Os cristãos-novos e a Romaria de São
Bartolomeu do Mar em Esposende
Todos os anos, por ocasião da festa litúrgica a São
Bartolomeu que se celebra a 24 de agosto, vão as gentes Esposende em
romaria à igreja do santo padroeiro da freguesia de Mar – São Bartolomeu
do Mar – para invocar a sua proteção contra o medo e outros males
atribuídos ao diabo como a epilepsia e a gaguez. |
»»
Esposende e a tradição de "botar fora o
ano velho!"
Esposende reviveu uma vez mais a tradição de “botar fora o ano velho”.
Pequenos grupos de cinco rapazes, de caras enfarruscadas, percorrem a
vila na última noite do ano para “botar fora o ano velho”. Quatro
deles pegam à carrela do sargaço carregando nela outro que representa o
ano que termina. |
»»
Origem e tradição das regueifas e
cantares ao desafio na Galiza e em Portugal
Remontam muito provavelmente à Idade Média os
tradicionais cantares ao desafio tão caraterísticos do Minho,
filiando-se porventura nos cantares trovadorescos e principalmente nas
cantigas de escárnio e maldizer da época, a um tempo em que o falar do
povo não se distinguia ainda nas duas margens do rio Minho – Galiza e
Portugal – e a Língua portuguesa florescia graças a um extraordinário
movimento cultural a que certamente não era alheio as peregrinações a
Santiago de Compostela |
»»
Organizações de Festivais
Internacionais estão a importar falso folclore
Resultado direto do progresso tenológico e das transformações sociais, a
evolução dos costumes e mentalidades dos povos na Europa e, de um modo
geral, de todos quantos fazem parte da chamada cultura ocidental, não
difere substancialmente. Nos finais do século XIX e começos do século
XX, em toda a Europa a mulheres usavam um vestuário semelhante quanto às
formas e dimensões, distinguindo-se apenas em relação aos motivos
decorativos e outros adornos |
»»
O Teatro
no Folclore
Pela sua própria natureza, os ranchos
folclóricos desempenham uma importante missão de salvaguarda dos mais
variados registos que dizem respeito à nossa cultura tradicional. |
(*) Licenciado em História |
Página seguinte>>>
|
Textos e opiniões de outras
pessoas>>> |
|
|